quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Esconderijo

Acordei hoje de um sonho. Não lembro o sonho, e nem sei se agradeço... porque meu inconsciente, pra mim, tem sido uma das coisas mais traiçoeiras.
Foi tão difícil admitir que não valia mais a pena. É insuportável descobrir, agora, você nas minhas entrelinhas. E olha que absurdo... você, minhas, entrelinhas.
Li um texto de Clarice que dizia que quem ganha alguma coisa escrevendo, ganha alguma coisa vendendo a alma. Eu concordo. Mas sabe o que é ter pedaços da alma que você não quer vender, nem mostrar, nem pra própria pessoa a que aquele pedaço pertence? E você mostra, não por livre espontânea vontade, mas porque não tem opção. E quando percebe, já foi.
É péssimo a sensação de querer proteger o que você mais gosta atualmente e achar, de fato, que está fazendo isso... quando na verdade, só está implícito pr'os desatentos. Não tem como apagar, então, fico aqui rezando pra você ser um desatento e tanto.
Eu juro que não soube que estava dizendo aquilo, na hora. Talvez tenha nascido pra me mostrar, mesmo. Só não queria te mostrar junto.

Diálogo

(...)
- Estou com saudades dele, é isso.
- Mas você não o viu esses dias?
- Estou com saudade de outras coisas, na verdade.
- Vocês, mulheres, sentem saudade muito fácil.
- Vocês não sentem?
- Não mesmo.
- Triste, não é? Nunca estamos sintonizados...
- É muito difícil isso.
- Em defesa, não temos culpa de sentir demais, falar demais... somos demais.
- Sim, vocês são demais.
- Esse "somos" foi do verbo ser, literalmente, não de me achar... vocês pouco são.
- Eu sei. E pra completar, complicadas demais. Esse é um fato.
- Complicadas? Quem está complicando é você.
- Vocês todas são diferentes, uma das outras... é difícil saber o que querem ou pensam.
- Mas se mostramos o que queremos, somos putas.
- Me mostre o que você quer.
- Eu já mostrei.
- Seja mais direta, por favor.
- Olha, a gente mostra não com todas as letras... mas com metade delas. Completa, agora.
- Às vezes.
- Quase sempre.
- Tudo bem... ser indecifrável é charmoso. Temos que nos esforçar.
- Vocês também precisam de um por cento do trabalho, né?
- Lá vem você...
- Parei.
- Você continua complicada.
- Mas eu sou tão fácil.
- Então o problema sou eu, mesmo.
(...)
- Ei, espera.
- O quê?
- É tipo um código, sabe? Desses que a gente escreve no diário pra mãe não descobrir... mas se descobrir o código, descobre tudo. Acho que é assim.
- Alguém já descobriu seu código?
- Não sei, não sei...

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Te levo comigo

Eu ainda amo as mesmas pessoas...

Fernando, Solange, Júlia, Luísa, Marina, Tica, Jô, Lucy... Só tenho a agradecer pela paciência, por descobrirem como conviver comigo, pelos bom-dias mau humorados ou não respodidos, pelas respostas impulsivas, pelo não agradecimento a pequenas atitudes, pela importância, por terem ficado me olhando chorar por mais de 3 horas, por terem me esperado chegar da festa, pelo abraços, os minutos a mais que ficaram com fome pra me esperar pra comer, por terem assistido filme com legenda a contra gosto, por terem que "aturar" a rádio 97.5, pelo respeito, carinho, implicâncias e a nossa vontade de evoluir juntos. Vocês são para sempre. E são de casa, literalmente. Mas acima de tudo, da casa (fixa) do meu coração.

Letícia, Luana... nosso trio e nossas idas e vindas. Obrigada por todas as palavras, gestos, carinho, brincadeiras que sempre tem um pingo de verdade, me descobrirem, me fazerem admitir sentimentos, compartilhamento de kró-queijos e derivados, conversas, histórias, amores. Me fazerem sorrir, mesmo obrigatoriamente. Desculpa pelos silêncios inexplicáveis, pelos pontos finais. Foram vocês que souberam lidar comigo, durante todo o ano. Sabendo muito ou pouco, estiveram sempre presentes. Obrigada pelos filmes, pelos planos, pelas loucuras planejadas, pelos gostos diferentes e pelo mesmo amor. O de sempre.

Juliana e Yla, eis que as conhecidas da turma A vieram pra minha turma, e outro trio surge e o sentimento começa a tomar forma sozinho. De vocês, que além de terem compartilhado comigo grandes coisas, viveram quase na mesma época, não sei nem o que dizer... Rimos juntas, nos iludimos juntas, desejamos juntas, odiamos juntas, nos apaixonamos juntas, mentimos juntas, descemos as escadas juntas (rs), perdemos ed. física só pra "chorar" juntas. Vou sentir uma saudade imensa do que fomos nos intervalos, do que dizemos e fizemos por quem não estava nem aí, do que queríamos, das macumbas de Juli, que de tanto acreditarmos, algumas até viraram verdades... da frieza de Yla que logo era quebrada com uma visita numa terça ou quinta, rs.

Victor, Caio. Os dois nerdzinhos que mais amo no mundo, admiro, quero bem. Obrigada pelas conversas idiotinhas, outras inteligentes, os livros que não li, os CDs que não escutei, as ironias... Vocês foram minha janela laranja piscando, meus dedos gritando, meus olhos lendo, minha madrugada de insônia, minhas conversas na webcam, as strip teases não realizadas, os ouvintes dos amores não correspondidos, dos amores loucos, as mentiras da carta em inglês, as verdades da carta em inglês, o desespero e alegria ao encontrar estranhos bonitos no Omegle... Obrigada.

Adriano, Eduardo, Lucas, Nick, Hian, Thiago, o garoto da casa ao lado... Preciso de cuidado pra falar desses. Eu poderia falar eternamemte separadamente de cada um. Por tudo que foram, fizeram e representaram pra mim esse ano (passado). São os meus amorezinhos. Por mais que uns tenham sido mais amores que outros. Foram vocês os responsáveis do desespero de minhas amigas, do meu desespero, de vários textos, alguns sorrisos, muito ódio, felicidade, lembranças em músicas, cheiros impregnados, desejo, vontade de ir pra escola, mentiras sinceras... Agradeço apenas por terem sidos... seja lá o que foram. Mas tenho uma ótima imaginação pra quem é, na minha vida... então, obrigada pelo que me fizeram ser ou tranformar ao lado de vocês.

Monique, Bruna, Jaísa, Nana, Patrick, Alice, Thamyris, companheiros de viagem, Iguana, Dan, Isabela, Jéssica. Obrigada por terem me permitido compartilhar com vocês partes tão importantes do meu ano. Obrigada pela oportunidade que me derão de gostar e conhecer mais vocês. Guardo com carinho um sentimento quase sólido que deixaram em mim, pela passagem, mesmo que rápida ou permanente...

Din, Gabi Miranda, Rafael, Maria, Ana Ciacci, Carol, Andrea, Hugo, Rochelly. Eu tenho um carinho imenso por vocês. Pelo passado, presente e futuro. Independente do que tenhamos vivido, sofrido, amado, compartilhado... Amo de graça.

Colegas de classe, de ballet, inglês e banca... Vocês me viram nas minhas piores situações, mas também compartilhamos isso. Me viram com tic tac na franja, roupa de Fiuk (risos), despero, nervosismo, felicidade, raiva, ansiedade. Mas também soubemos aprender juntos e dividir piadas, apelidos, pescas, risadas... Vocês que me ensinaram a trabalhar em grupo e respeitar as diferenças, por mais difícil que tenha sido.

E aos meus familiares... Um eterno abraço de aconchego e "estou aqui pra o que precisar", desde que não precisem perguntar onde está meu namorado, rs. Primos, continuem formando, haha. Sou orgulhosa e vocês são a parte mais querida da família não escolhida, mas que eu escolheria, se pudesse.

Obrigada pelo 2010, foram vocês que fizeram ele valer a pena... Talvez com um sorriso, palavras, presença, mensagem, carta, abraço ou simplesmente existência. Tudo que eu desejo pra mim, desejo redobrado pra vocês. Um beijo, em cada um, onde quiserem.

domingo, 2 de janeiro de 2011

Se a fila andar...

Ele vai dizer que não presta. No início, no meio ou no fim. Mas ele vai dizer. Alguma hora, ele diz. Ou várias horas. O que importa é que ele vai falar há tempo de você sair. Então, quando ele disser, saia. Saia correndo. Corra. Abandone. Não olhe pra trás. Não lembre das palavras, das atitudes. E deixe virar pó tudo que foi bom. Ninguém presta, eu também achava. Mas ele é do tipo prestável-imprestável, se é que alguém entende. Então, acredite. Ele não presta, de verdade. Mais que os outros. E de vez em quando ele diz algo meio bonito, que você quase começa a achar que ele está enganado, mas não está. Talvez ele até te conquiste com umas mentiras inventadas, umas frases soltas, e um olhar fixo. Mas não se deixe iludir. Pra depois não ouvir um "eu avisei...", porque ele avisa, mesmo.

sábado, 1 de janeiro de 2011

Para 2011, com carinho

Vontade de que seja bom. Verdadeiro. Calmo. Família. Amigos. Saúde. Compartilhar. Cartas completas. Destinatários certos. Beijos infindáveis. Abraços apertados. Banho de chuva. Piscina. Chuveiro. Mais pés descalços. Menos unhas roídas. Ligações de 3 segundos. Conversas de 3 horas. Esperança. Fé. Conquistar liberdade. Doçura. Estudo. Aprendizagem. Carinho. Sinceridade na medida certa. Um pouco menos de orgulho. Organização. Antecipação. Consequências. Opinião. Gritar. Aprender a chorar quando tiver vontade. Diário. Centro. Valor. Grama molhada. Céu nublado. Alma colorida. Cadeira balançando. Você. Amor.