sábado, 30 de julho de 2011

Fragilidade

Somos tão frágeis. Às vezes isso me incomoda. Eu, que sempre quero estar tendo o controle das coisas. Aí o corpo começa a gritar porque alguma coisa não está certa na alma. É hora de se deixar cuidar, ver quem vale a pena, chorar baixinho, parar pra pensar porque a cabeça tem pesado tanto, beber mais água, adiar os planos inadiáveis, dormir na cama com os pais, sentir falta. Acho que é amor lembrar de alguém pra precisar ficar um pouco melhor. Seja fisicamente ou interiormente. É que quando adoecemos, lembramos que existe morrer. E a gente tenta sobreviver, puxando as pessoas assim, pelo pensamento. Mas soube que Tylenol também cura, de vez em quando. Traz pra mim?

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Pra mim: Fernanda

Dias demoram pra passar
Sem você o coração aperta
Juro já não sei o meu lugar
Vivo em uma mentira encoberta

A esperança de poder te ver,
é o que eu me anima a continuar
O escuro me aquece e a tv
Só me faz lembrar de te amar

Imagino a gente de novo em uma cama vazia
Onde só a luz da lua nos conduzia
A fazer o amor que a Deus eu pedia
A conduzir a flor do teu corpo à magia

Poder viajar de novo em meus sonhos
E parar no momento em que te beijei
Um cemitério, lua linda, se não me engano
És a inspiração de amor que tanto sonhei

Quem sabe ainda existe um pouco de mim em você
E esse pouco te faça pensar que não sei te esquecer
E que a lua que iluminou o nosso amor não venha a morrer
No último verso da carta, por esta poder dizer,
Que se isso for um conto de fadas
Meu final feliz tem que ser você!


(Não vou colocar o autor porque... bem, pra vocês não roubá-lo de mim. Mas é lindo, não é? Fico extremamente feliz em receber poemas, porque adoro lê-los, mas sou péssima escrevendo. Obrigada de novo!)

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Blue valentine

Não tenho suportado casais de namorados. Sério. Tô com nojo. Eu sei, eu sei. Podem me odiar, me bater, espancar, me achar a mais fria do universo... mas deixei de acreditar em fidelidade e essas coisas que um namoro pede. Tenho nojo do que os casais escondem. Tenho nojo da omissão e das mentiras. Tenho nojo desse compromisso sério descompromissado. Parecem tão status de Facebook, Orkut e sociedade. E ainda recriminam relacionamentos abertos... Admito que meu sonho é ter um relacionamento aberto. Talvez essa seja a época do "ficando". É liberdade com responsabilidade isso. Todo mundo quer namorar sem estar pronto pra tal. (E até eu, às vezes.) Só enxerga-se amor. O amor atrapalha tudo, aliás. Nos achamos donos do melhor sentimento do mundo e talvez isso justifique ficar com alguém. Mas não, gente, não justifica. Porque homens vão querer outras, você vai sentir falta de sair e aproveitar com os amigos, você vai trair, vai brigar, vai passar horas com o travesseiro pensando, vai deixar de estudar, vai ficar doente quando acabar, vai achar que é pra sempre, vai se decepcionar, vai quebrar tudo, vai começar a gostar de sertanejo. Vai se distanciar de tudo e todos, vai mudar sem perceber e admitir até a morte que não mudou nada. Tudo bem que há quem aceite isso e continua assim porque o amor vence barreiras, distâncias e essas ladainhas que esse sentimento nos convence. Tudo bem que talvez eu ainda não conheça a vida. Tudo bem... eu só queria dizer que não tenho suportado casais de namorados.

terça-feira, 19 de julho de 2011

Composições

Assim que cheguei em casa fui tomar banho. Foi difícil te lavar de mim. Cheiro, marcas, lembranças vindo à tona... Senti falta do brinco já tarde e sorri pelas lembranças embaralhadas e quase certeza que tinha sido essa (lembrança) que você levou pra casa. Relembrei os diálogos enquanto a água caia devagar. Quis te agradecer por ter me permitido viver algo que não sabia o quanto precisava. Cantarolei sozinha brincar no teu corpo feito bailarina... Quis escrever eternamente, mas me calei... dessas coisas intensas que te calam porque não há palavras que caibam. Senti saudades antecipadamente e não soube me comportar diante a velha rotina batendo na porta. E eu presa - até Deus sabe quando - ao fim de semana, que não quer desgrudar de mim. "O melhor" como você disse e eu confirmei com um sorriso. Disse tantos sins sorrindo, aliás... Lembrei do primeiro beijo no cemitério e quis não esquecer as sensações que aquilo me causou. Tentei de mil formas inventar um jeito de eternizar nossos minutos e nossas 5093283 conversas, mas me dei conta de que já estava eternizado desde o momento em que demorei mil anos e não consegui colocar sua frase em nenhum parágrafo sequer... aquela que envolvia corpo e Lua e eu disse entusiasmada "escreve, escreve", já pensando no meu futuro texto. Talvez eu não tenha conseguido nenhum texto pra ela porque você escreveu em mim e não há como transcrever isso em papel algum. Pelo menos, ainda não descobri... o que não é tão ruim, porque assim as coisas se tornam só minhas. Nossas. Lembra que me pediu pra ensiná-lo a ler (bons livros)? Como hei de ensiná-lo se quem teve que aprender a ler suas digitais fui eu? Você desenhou no meu corpo e deixou marcas cravadas... e eu tive que (re)aprender a ler meu corpo, minhas verdades, meu juízo e liberdade. Enquanto a água descia e molhava, pensei no "amor inventado" e gostei da minha memória disso, com nós como atores principais cantando "Exagerado". Teve espaço pros segredos de liquidificador no pé do ouvido e seu show particular (bem melhor, admito) de perto. Se pudesse teria feito o mesmo por você, mas você sabe que ainda tenho muito o que aprender. E nessa conversa que já perdemos a conta de qual seja, te beijo no olho, pra você não esquecer de mim.

terça-feira, 12 de julho de 2011

Choque

Tudo que tocava nela, doía. Se recobria de energia e não parava quieta, ocupando todos os horários do dia, pra não ter tempo de sentir o peso que carregava. Se distraia fácil. Se deixava ser cuidada pelos outros, mas reclamava com um só fiozinho fora do lugar. Perfeccionista chata. Poucos encostavam nela... os choques eram variados. Às vezes bom, outros ruim. O ruim mesmo foi o menino que grudou e não conseguiu soltar. Mas pior foi o único que não levou choque com ela. Agiu com a maior naturalidade. Ela até hoje pensa no mistério que ele carrega. Vai ver é boneco de lata sem coração. Imaginação bonita a da menina. Colorida. Acho que ela sabe esconder tristeza. De qualquer forma, quando ela fica quietinha assim pensando no nada, eu já sei: alguém tocou e machucou. Menina perigosa. Machuca ela própria e os outros... talvez seja uma forma de se proteger. Só aprendeu a se vestir, assim. Quem é que vai despir?

Valor, juízo, escritos...

(Sabe quando você se descarrega escrevendo algo? Foi isso. E depois recebi um abraço cheio de perdão, amor e carinho de uma das amigas de uma das frases... foi lindo, rs.)

As pessoas ultimamente tem me questionado sobre minhas atitudes. "Você não devia ter feito isso", "Não digo nada" (E todos sabem da minha teimosia...), "Você não está se dando valor". E vou parar por aqui, porque essa do valor foi a mais dolorida. Aliás, o que é se dá valor? Acho que as pessoas têm uma noção errada de se valorizar. Meu objetivo com o que escrevo (ou escrevi, especificamente) não é conquistar alguém. É me conhecer, conhecer meus sentimentos, tirar da cabeça e tentar organizar fora. "Assim fulano nunca vai te querer". Eu sou a que mais tenho consciência disso. Eu, por exemplo, odeio pessoas como eu. Mas continuo fazendo não é pra alguém me querer. Faço por mim, pra satisfazer minhas vontades. Não serei hipócrita em dizer que não espero um reconhecimento, mas esse não é meu objetivo inicial. Eu não escolhi escrever, eu preciso e mostro porque acho meio injusto tanta coisa só pra mim. Assim como tem gente que precisa sair, tem gente que precisa dançar... eu preciso escrever. Talvez seja minha forma de perder o juízo, que também é tão questionado. E aí vem mais uma vez a questão do valor... parece que para algumas pessoas se dar valor é virar freira e não permitir que alguém lhe toque. A diferença é que aprendi também dar valor, além do corpo, aos prazeres, as vontades, aos sentimentos, ao que sinto. Que valor é esse que vocês tanto me exigem em mostrar querendo que eu esconda tanta coisa que sobra em mim? Dar valor à omissões o mentiras não me parece certo. E o valor à verdade, a sinceridade consigo mesma? Mas vai ver que no fundo eu nem seja tão ajuizada... e só valha um centavo, mesmo.

domingo, 3 de julho de 2011

Desabafo para Lopes

(De minha viagem à São Paulo, e horas na livraria Cultura, a coisa mais produtiva: comecei e terminei de ler Divã por lá mesmo. É um livro que gostaria muito de ter. E deu uma pena não poder riscar ele inteirinho pra reler minhas marcas, depois. Mas como li ele por lá mesmo, gastei o dinheiro com livros que não li ainda, obviamente. Só peguei emprestado o Lopes da Mercedes... mas quem quiser me emprestar ou dar o livro eu aceito, também. Tem até 25 de Agosto pra fazer as economias.)

O último mês foi difícil, Lopes... Deixei as obrigações de lado pras amadas férias. Quero dizer, se é que um recesso de 15 dias pode ser chamado de férias. Tive que fazer muitas renúncias e escolhas. Mais renúncias que escolhas, admito. Eu fiquei com medo das influências. Às vezes a vida exige tanto que cresçamos na marra. Puxa pelos cabelos e exige uma atitude nova sua. E você se cobra e cansa de quem te cobra, também. Talvez seja amor, Lopes... essa cobrança que eu tanto odeio. Talvez eu nem saiba amar. Talvez é só drama. Mas o que eu mais queria mesmo era liberdade pra ser quem eu quero. A gente sempre depende de fulano. Eu gosto de depender apenas quando escolhi depender. Essas dependências involuntárias me machucam. Recebi broncas por motivos que talvez nem concorde, ainda. Quis coisas. Adiei um tanto de tarefa e cavei um buraco de pensamentos. Sempre os pensamentos... poucas soluções, pra ser sincera, mas reconhecer os erros já é um começo. com saudade mesmo é de ser feliz, Lopes. De ficar feliz, tomar banho de chuva e escolher minha melhor roupa pra ficar dentro de casa. Eu cansei desse intervalo gigante entre duas felicidades e eu sei que ele só vai embora quando eu resolver isso. E eu quero pular, porque eu não sei. De verdade. E olha, eu pensei muito. O problema é que eu discordo de quase tudo, entendeu? Mas se tá doendo é porque tem alguma coisa errada. Então talvez eu deva concordar. Ai, Lopes... eu sempre falo, falo, falo e me convenço de que estou certa. Sou orgulhosa ao extremo. A gente não muda por ninguém, mesmo... só e unicamente por nós mesmos. Sei lá, tem um sol bonito, hoje é dia de feijoada e eu tinha até um tanto de motivos pra ficar feliz, mas acontece que não estou. Porque as coisas tristes sempre sobrepõem as boas. Infelizmente. machucada do lado de dentro. Dessas verdades que saem arrancando tudo, sabe? E nem tem a ver com meninos, dessa vez, acredita? Pois é, talvez eu esteja mesmo evoluindo. Claro que a gente lembra deles pra aumentar o drama, mas não é o principal motivo. É difícil, Lopes... acho que nunca mais vou rir igual.