sexta-feira, 30 de abril de 2010

No promises

Eu estou com saudade de nós. E do nosso passado, de como você me fez bem. Na verdade, não é saudade de você. É saudade de mim quando estava com você. Saudade de mim com esperança, e um resto de amor, que eu não sei onde foi parar. Acho tão lindo ainda, depois de tanto tempo, termos conversas bonitas e raras. Assim como eu disse que primeiros amores são inesquecíveis, mas pena que eu não tenha sido o seu. E aí você respondeu que não fui, mesmo, mas fui uma das duas de verdade. A diferença entre todos é essa. Comigo não há comparações. Não-reciprocidade, sem dúvida, é uma das coisas mais tristes do mundo. Eu só queria ser única pra alguém. (De novo). Sinto uma vontade quase sólida de abraçar um sentimento no ar, te trazer pra perto e te encher de beijos. Sempre vou ter vontade de te agarrar, quando nos vermos. Não é difícil perceber isso. E sempre vou voltar arrependida com aquela cara de "por que você fica mais lindo cada dia? por que não fomos algo?". Coisa de fora, nada de sentimento. Sou mesmo uma egoísta que engano as pessoas com palavras inventadas. Mas é que minha criatividade precisa de um rumo nessa vida. E eu queria que o rumo fosse você, por uns dias. Por um dia, aliás. Não exijo muito. É que sinto que precisamos acabar isso, de alguma forma dramática e triste. Deixa o resto por conta da tristeza. Você está sozinho de novo, e eu estarei esperando. Eu sempre espero. No fundo, acho que passo a vida esperando coisas acontecerem. E no fundo, deve ser a única coisa que me motiva a viver. E estarei não só esperando, como fazendo por merecer. Porque nós merecemos. Nos merecemos. Depois de tudo, merecemos. Merecemos um pra sempre, ou uma morte digna. Qualquer coisa. Um final.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

O seu olhar melhora o meu

Preciso arrumar meu quarto, e devia dormir cedo. Tenho que assistir qualquer que seja episódio de House. Devo aprender tomar café, e quero amar as pessoas como elas são. Tinha que terminar um livro, um filme. Devo cuidar de mim, mas antes, preciso declarar: o amor é a coisa mais egoísta que já conheci em toda minha vida.
Quase me perco ao me perguntar, se na verdade, não são as pessoas que sejam egoístas. Pouco importa. Escolhi o amor pra colocar a culpa, agora. As pessoas já são tão chatas, não precisam de mais.
O que quero dizer é: me incomoda os olhares das pessoas não se encontrarem. E mesmo que você saiba que tem alguém te olhando, você insiste em desviar o olhar, porque não quer perder de vista aquela menina, que está olhando pra outro, inclusive. E aí, há uma roda de amores não recíprocos. Olhares perdidos e tristes.
Eu sei que eu posso muito bem, virar, olhar, querer quem me olha. Mas eu não tenho vontade. E é por isso que não consigo ter raiva de ninguém, porque o olhar de outros estão pra outros. Poucos conseguem se observar e gostar por muito tempo. Porque olhar nos olhos dói. E é insuportável. Por isso que concordo plenamente que é amor é pros fortes. Mas o ódio também é.
Feliz de quem encontrar um olhar olhando pro seu. Ou não.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Sweet heartkiller

- Sei que somos desajeitados com isso e o clima não colabora, mas pode me abraçar agora?
- Pode pedir mais que isso, se quiser.
- Pode me dar mais que isso, se quiser.
- Posso mesmo?
- Deixa eu pensar se tem sido um bom menino...
- Você sempre me verá como um bom menino.
- Ah, essas suas manias que me deixam vermelha se eu ficasse vermelha quando estivesse com vergonha.
- Minto?
- Infelizmente, não.
- Então... acho que merecemos mais que um abraço.
- Você sabe, eu sempre acredito.
(...)
- Você não devia fazer isso comigo.
- Vai dizer que não gostou.
- Você vai embora, como todos.
- Ficarei no coração, como poucos.
- No meu coração?
- Sim.
- Mas eu já disse, meu coração é uma privada.
- E eu já disse que você é uma sweet heartkiller?
- Não quero assassinar seu coração.
- Ah, ele não é muito significante. E é bem feio e triste, por sinal.
- Posso ficar, então?
- Só se me der mais um beijo.
(...)
- Um dia eu devolvo.
(...)
- Devolvo o coração.
- Promete?
- Não.
- Ok, mas ainda tá valendo um beijo?
- Quantos quiser.

Aquele gosto, na maçã do rosto

- Bu.
- Você sumiu!
- Você também.
- O que aconteceu?
- Nos perdemos.
- Achei que nunca enjoaria de você.
- Eu avisei que enjoaria...
- Verdade.
- Dá pra desenjoar?
- Na verdade, acho que tá passando o enjôo.
- Já sei, uma agoniazinha no coração?
- Você também sentiu?
- Não, eu só sei.
- Putz. O que você acha quando lê minha mente?
- Agonias no coração.
- É?
- Sim. E me diz, como faço pra devolver seu coração?
Então, Julia ficou muda. E correu. Porque ele sempre perdia a chance de ser romântico, porque ele sempre a decepcionava e porque ela estava desesperada em ter o coração de volta. Ela gostava, mesmo, de não sentir. Gostava, sim. E quando já estavam a alguns metros de distância, ela começou a chorar. Sozinha. Não sabia exatamente porque, mas ela não gostou daquela pergunta. Ele estava ali, na frente dela, não precisava devolver nada. Só precisava se dar. Que trabalho ele tinha pra se dar? Podiam trocar corações, pensou. E ele olhava, olhava, olhava. Destestava a sensação que ele tinha de lhe chamar com o olhar. E ela sempre ia. Se odiava nessas horas... mas ele estava tão bonito. E tinham tanto tempo que não se viam, se tocavam! Tempo, na medida do amor... onde um dia, na verdade, são 24. Então, ela voltou. Não podia se perder daqueles olhos de novo. Mas ela queria ir embora, apesar de tudo, e ele não deixava. Agora, pendurava-se no seu casaco e pedia por um beijo de despedida. Ele estava tão perto. Tão bonito. Mas Julia gostava de coisas feias e machucadas, então ofereceu sua parte do rosto mais sem graça: a bochecha direita, que ficou marcada com o lábio mais frio que conhecia.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Someone I love will die.

Tenho me decepcionado cada dia mais com as pessoas. Depois me perguntam porque, de vez em quando, canso de todo mundo. E eu queria saber era o que fazer pra não cansar.
Porque, sinceramente, eu sou tão fácil de agradar. Sério, não preciso de muito. Só que eu preciso de pouco, e não de nada. Preciso de qualquer coisa.
Tenho sentido um vazio enorme na alma. É vazio de não ter o que e porque gostar. Minha alma tá carente de tanta coisa... até de coisa ruim, mesmo. E eu não sei se é tudo culpa minha. Não sei se tenho capacidade de gostar, sem nada em troca. Não sei mesmo. Mas acho que fui capaz até agora. E eu não quero ser capaz.
Precisava que alguém no mundo, me mandasse uma mensagem no meio da aula de matemática dizendo qualquer besteira sem sentido, como "assim como 2 e 2 são cinco...". Precisava de alguém que realmente se importasse com o que eu sentisse.
Sinto que se formam pares, trios, quartetos e os grupos vão se fechando. E sinto que não tem espaço pra mim. Talvez porque eu não me esforce pra entrar em nenhum, talvez, na melhor das hipóteses, porque ninguém me queira.
Não quero transformar isso num drama patético, assim como quase tudo que escrevo. Mas não estou exagerando, agora.
Nem que eu tivesse algo pra odiar extremamente. Absurdamente. Quero algo que não caiba em mim.
Penso em dividir algumas coisas com alguém, quem sabe. Mas eu sou tão cheia de vazio. E que absurdo falar assim... também estou de saco cheio de me sentir cheia de vazio. E assim, me torno tão, tão, tão leve... que a leveza chega a ser insustentável. A insustentável leveza do ser, leiam.
Queria reinventar em mim, tudo que tenho direito. Mas tudo com um pouco mais de açúcar e afeto. E colocar qualquer coisa que se sinta, nesse meu coração. Porque eu nunca quis tanto como agora, transbordar.