terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Andei contando.

93284209 coisas que deram errado e não eram pra dar nos últimos dois dias.  
4783989 pontadas de cólica na barriga hoje.
29832019 lágrimas ontem e hoje. 
32187312837 estresses ontem.
743202444612 saudades. 
104 coisas pra fazer.
12 músicas.
3 abraços.
1 beijo. 

Orgulho, teimosia e egoísmo.

Trabalhemos nisso.

sábado, 25 de fevereiro de 2012

"...tenha a fineza de desinventar"

Eu passei a festa inteira toda chata. Procurando motivos pra ir embora ou ficar, dando atenção pra minha unha, fingindo sorrisos. Quase não dancei, pouco comi e nem podia chocolate pra me salvar. E aí, quando convenço todos a irem embora por mim, encontro o motivo, na porta da saída, que me faz querer ficar: você. Champanhe do lado, lágrimas nos olhos e sozinha. Sabia que daria um bom texto. De repente, eu me senti muito pequena e ridícula por estar odiando aquela festa, porque você, por menor que seja o motivo, tinha justificativa pra chorar, e por mais que clichê que soe, eu ainda acho que grandes garotas choram. Eu não tinha visto nada mais bonito nessa noite. Nem a cerimônia do casamento, nem os velhinhos no altar, me fizeram encher os olhos d´água. Foi você que me fez querer ficar em pé lá do seu lado e saber o que houve. E querer contar estrelas e a gente morrer de rir, até você esquecer porque chorava e eu esquecer de perguntar. Talvez bebida, talvez escolhas, talvez dúvidas, talvez vontade, talvez nada. Não sei lidar com as tristezas alheias... com a minha, até que temos uma convivência quase diária e bem, mas a alheia... Não se chora só de tristeza, eu sei, e você disse. Mas numa festa de casamento, com um champanhe do lado e cara de tristeza: alegria não é. Desculpa, você é péssima mentirosa. Porem, foi muito romântico justificar que foi a cerimônia... acho bonito pessoas que se emocionam com isso, porque eu, particularmente, não vejo graça. Não sei o que foi, não sei se "Fica bem" melhora, ajuda ou piora. Mas eu prometo, no abraço que te dei, eu deixei um tanto do meu melhor. Espero que nossos corações tenham feito bom papel e a paz tenha chegado onde deveria. No fundo eu sei que só consegui recolher uma lágrima, que veio junto com um fio de cabelo. Desculpa. Sou péssima com isso.

sábado, 4 de fevereiro de 2012

Enrolada...


Enrolava. Uma mecha de cada vez. Sem pressa. Era dia de colocar em prática uma das suas principais características. En-ro-lar. Até falava devagar, quase se orgulhando, mas sabia das vantagens e desvantagens de tal verbo. Não por acaso, adorava a frase "temos todo o tempo do mundo..." de uma de suas músicas preferidas, ironicamente chamada "Tempo perdido". Perdia tempo, mas não se importava em adiar a arrumação dos livros jogados na cama. Alguns até dormiam com ela. Enrolava pra amar, porque achava necessário e importante. Gostava de escrever em terceira pessoa sobre si mesma porque achava que o impacto era menor. Se enrolava entre linhas. Se enrolava entre espaços ou falta de. Fisicamente, ficava de conchinha e interiormente se escondia como caracol. Enrolava a verdade, mas não mentia... era só falta de coragem de encarar as consequências de deixar pra depois. Enrolava. Enrolava a linha, pra costurar corações; a fita da sapatilha, pra conseguir se equilbrar; a fita de rádio que herdou dá avó, pra sentir. Enrolava pra escrever porque na última hora é sempre quando todos os sentimentos não tem medo de aparecer. Achava sincero. Mais uma mecha de cabelo. Pensava enroladamente nele. Bem devagar pra o sentimento ser sustentado até o final. Enrolada na toalha fazia uma declaração de amor ao vento. Cobria a alma e se enrolava de proteção, através de muita oração. Proteção. Pura reticências, tinha sempre algo a ser dito e algo que não foi dito. Enrolava as palavras. Enrolou o beijo, deixou durar. Enrolou a saudade e confundiram com embrulho de presente. Presente quase grego, enrolou o elogio... não por não gostar, mas por  avaliar cuidadosamente o quanto gostou e saber qual será o tom de voz pro "muito obrigada". Enrolava todas ligações do mundo, porque odiava falar ao telefone, mas se esforçava pra melhorar. Tudo devagar e ainda tinha coisa que passava despercebido. Enrolava a "desculpa" porque essa era difícil de sair de dentro da alma sinceramente. Mas uma coisa sobre a menina enrolada era certa: tinha o maior cuidado em não enrolar as pessoas. Segundo ela, só pode se enrolar  pessoas em abraços apertados e gigantes, sejam duplos, triplos ou infinitos. Enrolar pessoas não parecia justo. Talvez por isso, depois de tanta enrola, ela queria mesmo era dizer: "não me deixa enrolada". E no papel enrolado no bolso, ele encontrou: "Desenrole meus cachos, meu juízo, meu status, minha toalha. Desenrole sua paciência. Desenrole meus segredos. Desenrolo seus desejos. Desenrolemos o tempo..."

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

E você volta pra me ler como se eu tivesse que dizer alguma coisa sempre... e o problema é que eu tenho. E eu volto pra te ver como se você tivesse que ser visto o tempo todo... e o problema é que não tem. Não tem.