quinta-feira, 31 de julho de 2008

Algumas coisas não precisam ser ditas.

Lisa me fez companhia por um longo tempo naquela tarde, acompanhando minhas tarefas no quintal, brincando com Marley, jogando conversa fora. Eu senti que havia alguma coisa que ela queria me contar, mas não conseguia. Ela tinha dezessete anos. Eu não esperava que ela conseguisse verbalizar o que queria. Nossas vidas haviam se entroncado de forma inesperada, duas pessoas estranhas unidas por um surto de inesplicável violência. Não houve tempo de nos familizarizarmos como vizinhos comuns; não houve tempo para que estabelecêssemos nossos limites. Num segundo, estávamos ali, initimamente ligados num momento de crise, um pai em calções de dormir, e uma adolescente com uma blusa encharcada de sangue, abraçados a uma única esperança. Havia agora uma proximidade. Como poderia deixar de haver? Havia também um desconforto, um ligeiro constrangimento, por termos nos encontrado naquele momento sem nenhuma barreira. As palavras não foram necessárias. Eu sabia que ela se sentia grata por eu tê-la acudido. Eu sabia que ela aceitara meu esforço em consolá-la, mesmo sem surtir nenhum efeito. Compartilhamos algo naquela noite, sentados no meio do asfalto - um desses momentos breves de claridade que definem todos os demais ao longo da vida - que nenhum de nós jamais esqueceria.
- Fico feliz que tenha vindo me ver - eu disse.
- Eu também fiquei - Lisa respondeu.
Quando ela se afastou, me deixou uma boa impressão. Ela era forte. Era corajosa. Ela seguia em frente. E, de fato, descobri, anos mais tarde, quando soube que seguira carreira como apresentadora de televisão, que conseguira vencer o seu destino.

Marley & Eu, John Grogan.
Não-ficção.

ETERNAL SUNSHINE

of the Spotless Mind

Clementine: - Muitos caras acham que eu sou um conceito e que eu os completo, ou que vou dar vida a eles. Mas eu só sou uma garota ferrada procurando pela minha paz de espírito. Não me encarregue da sua.

Joel: - Lembro muito bem desse discurso.

Clementine: - Você sacou bem a minha, né?

Joel: - E você sacou a de toda a humanidade.

Clementine: - Provavelmente.

Joel: - Eu ainda achava que você ia salvar minha vida, mesmo depois daquilo.

Clementine: - Eu sei.

Joel: - Seria diferente… se pudéssemos ter outra chance.

Clementine: - Lembre-se de mim. Faça o melhor que puder. Talvez possamos

Orgulho & Preconceito


"Lizzie [sobre Bingley e Jane]: Acho que ele gosta muito dela.
Miss Lucas: Mas e ela, gosta dele? Poucos são seguros o bastante para se apaixonarem sem o encorajamento alheio. Bingley gosta imensamente dela, mas pode não passar disso se ela não o ajudar.
Lizzie: Ela só é tímida. Se ele não percebe seu olhar, então é um tolo.
Miss Lucas: Somos todos tolos, quando apaixonados..."

quarta-feira, 30 de julho de 2008

Desencarne

Sinto um certo lamento pelo que parecem ser as perdas. Lamento por minha querida amiga. Num folhetim moderno uma mulher se foi. Uma que viveu por bastante tempo, pra encantar ao menos a mim, que quando ligava ela dizia com toda paciência do mundo "Ela saiu... liga mais tarde.". Talvez nem soubesse meu nome, não a culpo, não sei o dela também. Mas pelo seu sorriso, delicadeza no aniversário da neta, a forma como abria o cadeado do portão... realmente, não precisava mais saber meu nome. Ela se foi aos poucos, avisando ao pessoal que estava indo, e que ia bem. Se foi como todos iremos... ou um dia fomos. Mas virão e viverão. E reviverão... E apesar de compreender os passos dessa estrada, é estranho como tudo isso acontece e nos atormenta e nos comove e nos entristece, nos fragiliza e nos incapacita... Que os Céus a possam receber com muitas flores... violetas na janela.

segunda-feira, 28 de julho de 2008

Eu.

(existe carinho mais gostoso, minha gente?!)

Sabe, eu queria muito, mas muito mesmo, me conhecer... numa das nossas conversas bonitas, Chelly disse que ela sabe, sim, como ela é, o que ela pensa. Eu não. Não sei quem sou, e não sou quem quero, se não saberia... E quando digo o fato de conherce-me, não é o simples "eu gosto disso, mas não disso", "sou a favor daquilo, e disso". Queria conhecer-me mesmo, literalmente. Saber o que as pessoas falam de mim e se eu tenho papos inadequados numa rodinha. Queria saber se sou aquela legal, aquela chata, ou até mesmo a insuportável.

Porque o espelho não conta mais. Olho e vejo uma pessoa diferente a cada dia, a cada instante. E não adianta perguntar "Espelho, espelho, espelho meu, existe alguém mais bonita do que eu?". Os espelhos não tem sido tão legais, e você pode levar até 7 anos de azar, por quebrar um.

Eu sei que esses posts não sobrevivem mais de dois dias, e não adianta vim com os comentáriozinhos achando que sabe quem sou, porque ninguém me conhece... e eu, só queria conhecer-me.

Dennis.

Tanto carinho, lambidas e mordidas... simplificados em simples 2 dias, 2 noites. Acho que te fiz feliz, pelo pouco tempo. Foi bonito te ver balançar as patinhas em pé, pedindo pra te por no colo, e ver você pedir desculpas se deitando no meu pé, implorando pra alisar sua barriga depois de uma bronca daquelas!
E nos demos tão bem, com o seu jeito de mostrar as garras na primeira vista, e depois dar todo o amor & carinho possível foi lindo. Acho que até consegui te ensinar fazer xixi no jornal.
Te "deixei" hoje com o coração partido, com o amor ficando pra sempre. E te ver chorar o caminho inteiro como se soubesse que ia embora, me fez chorar também e prender as lágrimas que lutavam pra cair. Você não precisou prender, não precisava esconder pra ninguém que não queria ir... você chorou o mais alto possível, com medo também.
Seu carinho me impressionou, e não nos deixaram ao menos tentar... mas eu quero te ver, feliz agora, em outra casa, mais feliz ainda. Sentirei muitas saudades, oun coisitaa :***


"Olho duro, espessa baba

Latindo pra lua o seu capricho"

domingo, 27 de julho de 2008

"É por ti, Fogo!"


O Botafogo empatou (0 x 0), e mais uma vez aquela depressão pós jogo. Eu não sou tão viciada assim, mas adoro assistir uma boa partida do meu amado time. Ainda mais contra o Flamengo. E admito, não os suporto (os flamenguistas). E nem me pergunte a escala do Botafogo, porque eu assisto por simplismente gostar. E não venha me dizer "quem ama, conhece" ou algo parecido, me poupe.
Essa idéia do "mais querido" nunca foi minha laia. E pra mim, vocês são os "mais ladrões". Não que eu esteja falando desse jogo. Mas fala sério, o Botafogo jogou muito melhor, fez algumas finalizações a mais e estava dominando no 2º tempo (!), agora só o que me falta são essas desculpas esfarrapadas. Pelamordedeus!
"Pura inveja", eu sei que a maioria de vocês estão pensando isso, mas eu tenho orgulho puro de estar usando uma camisa preta e branca agora, mesmo que seja daquelas mais baratas compradas no camelô.
E por uma razão ou outra, eu gosto de comparar um jogo de futebol com a minha vida. É engraçado, como uns se esforçam, fazem de tudo, e no final, levam uma goleada. Ou não levam nada, como hoje... só a frustação do "podia ter feito isso ou aquilo aqui". É estranho, um pode se sair bem durante o jogo inteiro e no final, perder por um erro de outra pessoa. E pra quê, afinal? Tudo por um mero título, uma taça em ouro talvez, e a felicidade instântanea.
Eu ainda não cheguei a conclusão se vale a pena ou não, mas enquanto isso, vou aqui assistir os lances.
Saudações alvi-negras.