segunda-feira, 26 de maio de 2008

Feliz.

Minha felicidade é limitada, num limite não tão longe, nem tão perto... mas num limite bonito. Como se ela tivesse parada no final de um arco-íris, onde eu tenho que conquistar um pote de ouro.
O prêmio é o pote... mas ainda escorrego o arco-íris sem pressa... contemplando cada tom de azul... cantando "me deixa morar nesse azul"...
Vou sozinha, feliz... sei que estou perto do meu pote, e aquele negoço de virar homem... ai ai, que nada. O que vale mesmo é o pote de ouro.
Ele está lá, me esperando. Umas outras já tentaram... mas desistiram ou cairam no meio do caminho. Estou perto... eu sei. Quase que já vejo sua pontinha.
Depois de tanto tempo... mas não posso me esquecer, que lá embaixo tem uma vidinha me esperando... e alguns esperam minha chegada, torcendo, ou não. Mas eu sei que tem alguns olhos dizendo "você vai conseguir". E mesmo que eu despenque a qualquer momento, vai ter alguém pra me segurar... sei que vai. E eu vou mudar de tesouro... porque da próxima vez o pote valerá mais. Não que eu queira outro pote... mas se alguém conquistar esse primeiro, terão outros. Mais valiosos!
Mas eu quero... quero esse pote, e quero acreditar que vou conseguir. Quero que ele me queira também. E enquanto isso, vou contemplando o que tenho: cada cor, cada sorriso, cada olhar, gesto, palavra... É pouco, mas só quem já passou por tal arco-íris sabe do que falo... E sabe que não é pouco.

terça-feira, 6 de maio de 2008

Querer é poder?

Estou feliz, mas basta uma briguinha ou chateação pra os sonhos vir à beça (isso existe?).
Quero fazer um intercâmbio, mudar de escola, cidade... Quero bater um papo daqueles com alguém... e outro com outro alguém.
Quero desabar pro mundo. Quero dizer que não suporto algum de vocês e ninguém, exatamente ninguém, me conhece tão bem quanto eu mesma... acho até que os anônimos me entendem mais, deve ser por isso que gosto deles e me dou bem. Quero mais conversas com um gato preto que sabia muito sobre mim e eu quase nada sobre ele. Quero abrir a janela do MSN e ver conversas de filósofo onde a imagem de exibição é o espaço.
Quero tanto... quero fazer pra merecer também! Não quero de mão beijada, quero uma mão lambida e fedida de suor.
Quero mudar de blog, sou compulsiva e não sei como ainda sou uma "princesa de rua". Afinal, não quero ser mais princesa... muito menos de rua! Princesa é comportada e simpática, e a de rua tem amigos legais e especiais, com quem pode brincar de "Amarelinha" até 10 horas da noite e só sair quando sua mãe chamar pra entrar. Quero contar o que quiser, quando quiser, tendo quase certeza que não serei má interpretada com minhas palavrinhas de menina levada. Não me encaixo mais nesse perfil... não mais. Mesmo querendo, e como!
Mas depois de tanto tempo... de boneca, já virei princesa... tanto carinho... mas quero continuar sendo princesa! Ainda quero... quero ser a eterna "menina levada, princesa de rua"... mas alguns vizinhos não me deixam mais ocupar esse lugar. Quero mudar de casa, mas preciso levar comigo os que gosto, os que brincam de esconde-esconde e que não se importam se eu contar até 100 pulando de 10 em 10.
Quero voltar a ser uma boneca de feira. Largada e feia, costurada na máquina da vovó, onde qualquer criança rejeitaria a não ser alguns especiais. Mas já conquistei tantos e tantas nessa rua e com vida de princesa... que não sei mais o que ser.
Talvez, eu queira mesmo é ser Fernanda, Fernanda e pronto. Talvez...

quinta-feira, 1 de maio de 2008

"O amor morde"

Sorte minha que tenho um anônimo poeta me dizendo que lembro Carlito e escrevendo comentários de chorar.

"Acredito, por fim, naquela teoria em que as pessoas só observam as cores do dia no começo e no fim, mais esteve sempre claro pra mim que o dia se funde através de uma multidão de matizes e entonações, a cada momento que passa. Uma só hora pode consistir em milhares de cores diferentes.
Amarelos céreos, azuis borrifados de nuvens. Escuridões enevoadas.
No meu ramo de atividade, faço questão de notá-los.
Já que aludi a ele, o único dom que me salva é a distração. O que me instigou a tomar uma decisão consciente e deliberada — fazer da distração minhas férias. Nem preciso dizer que tiro férias à prestação. Em cores...
E voltamos sempre ao mesmo lugar, não importa a hora ou a cor do dia, acabamos da mesma maneira que chegamos: sós. No meio do caminho é que nos conhecemos e, só depois, conhecemos os outros. Já cheguei a ter a certeza de que vivemos para os outros, ou pelo menos precisamos deles. É um ciclo vicioso. É sempre aquela coisa de amar e ser amado, ter uma certa retribuição por tudo que tu faz. Fazer as coisas sempre pensando no que vai ganhar em troca. O amor não é assim. O amor não é o que esses poetas idiotas querem que você pense que é. O amor tem dentes, morde, e as feridas nunca cicatrizam. Nenhuma palavra, nenhuma combinação de palavras pode fechar essas feridas, é o inverso, se as feridas secam, as palavras morrem com elas. Então fazemos as coisas não pelo que se vai ganhar com isso, mais pelo simples prazer de fazer. Quando você se apaixona por alguém, não pede que ela se apaixone por você, não espera que ela seja um apoio, ou um guarda-costas, pra te manter sempre segura. Você espera simplesmente por ela. Por isso dizem que "gostamos das pessoas por suas qualidades, mais as amamos por seus defeitos". Na prática também é assim, ou pelo menos agente tenta."

E não é a toa que a A Menina Que Roubava Livros é um dos meus livros prediletos! E nem que Anônimo é um dos meus leitores prediletos, também...