sexta-feira, 30 de março de 2012

O que não é dito é lembrado

Acredite, os melhores escritos não são ditos. Às vezes nem escritos. Tão pouco expostos. Minhas melhores palavras são sussurros, propostas indecentes, destinatários errados. É tudo que não pode, não deve, não. Meus melhores textos estão onde tem a plaquinha "Proibido" e a gente vai fundo. Vai fundo, discretamente. Coloca até um tanto de livro em cima pra sufocar, disfarçar. O que não é visto, não é lembrado, já diz o ditado. E o que não é escrito, não é visto. Portanto, os melhores sempre serão segredo. As melhores frases sempre ficam presas entre quatro paredes, quatro ouvidos e uma boca. O melhor texto é quando não é preciso falar, é quando de tão grande e intenso, se sente, sem nenhum "a". É a explosão explícita. Ou então é a solidão de quando todos foram embora mas a música ainda não parou de tocar. É o mais íntimo, o mais dolorido, o mais sincero. Aqui, eu só escrevo os restos. O resto de tanta (falta de) vida e (excesso de) sentimento. Escrevo o que fica arranhando pra ter dono. E que se não tiver, deixa que alguém crie um. Faço por prazer, besteira, amor. No fundo, eu sei é que a minha caixa de papéis coloridos ainda tem muitas coisas indizíveis. Coisa que não se admite, não se pede, não se escreve, mas existe... existe.

quarta-feira, 28 de março de 2012

Vamos morar na Lua?

Hoje o céu estava tão bonito que se eu fosse poeta escreveria um poema, com umas 12 ou 15 palavras , dessas que ficam na memória da pessoa o dia inteiro, dizendo o quanto eu queria te dar ele de presente. Mas tudo que eu quero dizer parece grande demais pra caber em versos rimados. De qualquer forma, se o fizesse, começaria mais ou menos assim: "Hoje o céu estava tão bonito..." Eu sei que você ia amá-ló. Talvez até gostasse um pouco de mim por ter te apresentado o infinito mais lindo que já vi na minha vida. Sabe quando você vê algo e imediatamente pensa em alguém? Não sei porque você foi o primeiro. É que era tudo tão bonito que talvez você amolecesse seu coração e sensibilizasse com alguma nuvem. Talvez até tivesse vontade de compor uma música, nem que seja só no batuque. Se eu te dissesse um "oi" sob aquele cenário valeria a pena toda minha vida. Mais bonito ainda seria meu primeiro "Eu te amo" e você ia me olhar com a pupila dilatada e eu achar que era "eu também", mas nunca teria certeza. Na tela, o sol estava indo embora e só despontava as estrelas mais fortes, as mais brilhantes, as que vem em primeiro lugar. Aquelas que pedem licença pro sol pra dizer que a noite tá chegando e agora é a vez delas se mostrarem brilhantes. As nuvens que ficaram, cinzas, alaranjadas e rosadas pareciam brincar de esconde-esconde. Eu juro que se acreditasse em Deus pedia pra embrulhar de presente pra você. Ou então pra pausar o tempo num tempo suficiente pra você ver e sorrir, também. Nem corri pra pegar a máquina dessa vez, pra não perder um movimento sequer. Foi tudo muito intenso, (e)terno e lindo, como só a gente poderia ser, se não fosse mais um movimento da Terra.

segunda-feira, 19 de março de 2012

Eu não vou me adaptar

"Ela falou que você estava mudada, não gostava de mais nada..." foi assim que começou uma discussão hoje sobre diferentes pontos de vista, diferentes gostos e má interpretações. Eu gosto de muitas coisas. Muitas mesmo. A única diferença é que eu não tenho necessidade de compartilhar isso, até porque muitas vezes ou sou ignorada (por um gosto incomum) ou levam na brincadeira. Infelizmente, eu não estou satisfeita com muitas pessoas que ando convivendo e não preciso fingir que gosto. Não preciso fingir que gosto pra chamar a atenção ou conseguir as coisas que quero. Eu nunca gostei de nada. Nada do que a pessoa se referia ou gostava. Agora só não faço mais questão. Porque eu aprendi, um pouco tarde, que talvez a certa seja eu. Eu, que vivi 17 anos nessa vida me achando a pessoa mais errada de todas, agora me aceitei. Assim mesmo. Aceitei ser a minoria. Aceitei gostar de coisas estranhas e pessoas, também. Só não aceito desrespeito e mal educação. Pelo menos não perto de mim. Então, enquanto ainda tiver a liberdade de ignorar, reclamar ou me expor, irei. Caso esteja errada, fica na responsabilidade do tempo, que me ensinou há poucos dias: eu, que muitas vezes quis ser normal, me mudei pro que sempre fui.