terça-feira, 18 de maio de 2010

43 minutos de pausa

Não tenho mais tempo nem de sentar no vaso sanitário e demorar um pouco mais lendo a revista que achei em cima da mesa, e fui correndo ao banheiro. (Porque nunca vou deixar de me acostumar de adiar tudo que for possível. Inclusive necessidades fisiológicas.) (E nunca vou deixar de falar nunca e pra sempre. São só duas grandezas um pouco grandes, que eu não sei explicar direito o meu tempo.) Agora, minha única companheira é minha pequena yorkshire, que me olha correndo e sai atrás de mim, e aí fica lá me vendo como se eu estivesse comendo. Ou lendo.
Falando em comer, quero mesmo é os tempos em que levava uma lancheirinha pra escola... com suco e salgadinho/bolacha de sal/bolo. Saudade da época em que pudia lanchar tranquilamente, pensando apenas na próxima brincadeira.
Mas não sei... isso de "eu era feliz e não sabia" nunca me soou bem. Talvez porque eu nunca tenha sido feliz de fato. Tive momentos felizes, lógico... mas nada que durasse um mês, imagino. E isso de "você é criança e tá reclamando de quê?" sempre foi ridículo, pra mim. Cada criança tem suas responsabilidades de criança e assim por diante. E fim de papo.
Tenho escutado, lido tantas coisas sobre tempo. Eu sempre gostei de fato de aproveitar o meu. E digo, estudando, trabalhando, qualquer coisa útil assim. É que sinto um vazio insuportável e uma inutilidade incrível de fazer algo que não devia estar fazendo. (Tipo isso). Só que às vezes é preciso. E impossível não fazer, também.
Só queria deixar claro que não me ocupo tanto por não ter que me suportar por algumas horas. Me suporto. É meio difícil de vez em quando, mas no geral, gosto de mim. É só que não tenho escolha, mesmo... e aquele velho clichê de que ainda somos como nossos pais. Ou melhor, dos nossos pais.

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