quarta-feira, 9 de março de 2011

Feliz dia da mulher

Vitória da Conquista, 09 de maio de 2011.

Feliz dia da mulher, Fabi. Atrasado, segundo o calendário, mas diferente de você, nunca sei a hora certa pra dizer, falar, abraçar... e cá estou, lhe desejando feliz dia da mulher um dia atrasado. Dizem que dia da mulher é todo dia, mas eu ainda sou ligada nessas datas... sempre me motivam, apesar de saber que são mais capitalistas que tudo. E ontem, fiquei pensando, quando minha mãe me acordou com um "parabéns", do porque parabéns... E é por sermos demais. Mas será que é certo ser demais? Sentir demais, falar demais, querer demais, suportar demais. E de repente, quis parabenizar todas as mulheres do mundo e quis ser valorizada. Se os homens soubessem como era difícil ser de tal gênero, todas as mulheres, talvez, estariam floridas hoje. De qualquer forma, não parabenizei ninguém, porque no fundo, ninguém daria valor e seria só mais um "parabéns", como se ser mulher fosse fácil. Talvez seja, pra muitas... mas acho difícil ser mulher pra mim. E achei que você também acharia. Não sei se acertei, mas carregamos um mundo na costas exposto. E às vezes dói, pesa e só queremos uma pessoa no mundo pra dividir o peso, que só aparece quando a gente esquece que tá pesado. Mas é tão difícil esquecer, não é? Às vezes, a família e os amigos ajudam a carregar, mas tá grudado... e só é aliviado com coisas que parecem que não existem. Pelo menos, no momento. E a gente aguenta, aguenta, até derramar lágrimas materializadas em texto. E ninguém sabe quanto o dedo sangrou, calejou pra escrever... expor, mandar, enviar, guardar, colocar debaixo da porta, ou desenhar no céu. O mundo reclama, e mulher não pode implorar. Só podemos pedir pra ficar nas entrelinhas, no olhar que tantas vezes não é entendido. A alma grita, e o corpo tem que se comportar. Mas eu queria mesmo, Fabi, era agradecer. Por ter me libertado pra ser eu mesma. Porque de repente, me vejo pensando como você... mas não porque quero, porque sou. Sou como você, em diversos aspectos, e em diversas formas de mulheres. E com minha pouca idade (comparada à sua), descobri com você que posso ser eu, que algumas coisas podem sim ser ditas, e que o mundo é bonito não só pra mim, só depende do ponto de vista. Eu aprendi a olhar do seu ponto de vista. Sempre esteve tão exposto, mas eu tinha medo de ver, e você me libertou pra mim. Não sei como poderia agradecer. E quantas vezes, mandei pra alguma amiga um trecho seu e embaixo: Fabi Mariano... É tão difícil usar aspas nessas horas, em que você poderia ter dito, mas você está sempre lá, porque não faz mal pensar igual. Faz? Só faz mal não dizer primeiro quem pensou. Queria te mostrar pro mundo, e fazer das mulheres, mulheres como você. Que sofre, chora, grita, esperneia, dorme no colo da mãe e sabe dar valor, mesmo implorando por quem ama. O mundo precisa de mulheres assim, Fabi. Valorizadas. E saber se dar valor não é se punir e virar freira. Saber dar valor é também saber dar valor aos sentimentos, aos prazeres, aos quereres, à liberdade, e ao respeito, o que você faz muito bem e eu admiro muito. Feliz dia da mulher, Fabi. Por ser demais, por existir várias dentro de você, por ser exemplo, por ser... mulher. No sentindo mais amplo e poético da palavra.

Um beijo carinhoso,
Fernanda

P.S.: Depois de pensar um pouco, não me contetei com o "parabéns" de minha mãe e pedi pra um amigo... que disse que eu ainda era menina. Você é menina-mulher, Fabi. E quando crescer, quero ser igual.

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