terça-feira, 14 de junho de 2011

Pequena,

Fui visitar vovô esses dias e quis te escrever dessas pequenezas da vida. Desculpe o atraso, fiquei repassando o sentimento todo dia, pra não perder a delicadeza do momento, espero que consiga.
Sua mãe me ligou, no mesmo dia (datas são só datas, espero que você não se apegue a isso, porque eu não me apego e não lembro rs)... desconfio muito de que você escute nossas conversas, mas vou te relembrar, já que você provavelmente só vai ter acesso a essas cartas, daqui uns anos. Ela me elogiou das fotos que fiz do casamento, disse que o álbum estava muito bonito e agendou uma viagem pra gente. Fiquei tão feliz, Sofia... Vivo dessas esperanças. E as fotos, espero que você se encontre nelas. E me encontre, também. Tem muito do fotógrado nas imagens.
Mas como ia dizendo... (preciso parar de me perder assim...) fui visitar vovô. Ele estava tão bonito pintando a placa pra colocar no estacionamento da padaria, que aposto que você ia se apaixonar por ele. Ele é desses de filme, sabe? Que corre atrás da gente pra brincar, esconde nas cortinas pra dar susto e ainda fala poesia! E fisicamente, tem bigode, barba e careca... deita no chão, faz cosquinha na gente e dá aquela risada gostosa. Eu quis tanto que ele tivesse a mesma energia que teve comigo pra brincar com você.
Acho que você vai ter uma infância diferente. Carioca... até soa bonito. Canção de Chico, Sofia, coisa fina, delicada, assim como você, pétala verde, ainda. Você vai ser dessas que passeiam no parque da cidade de bicicleta. Mas isso não vai tornar menos bonita sua infância, aposto que terá muitas surpresas, também.
Estou adiantando as coisas, pequena. Me perdoe por te jogar o mundo assim na cara, tão cedo, deve ser essa minha mania de viver logo e sempre. Vou ser mais cuidadosa da próxima vez. E juro que saberá disso na hora certa.

Cuida da mamãe,

Nanda.

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