sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Cartas não enviadas.

É engraçado... eu me lembro, de algum tempo atrás, não muito tempo, lendo cartas numa caixa, escondida, com Rebeca.
Cartas imensas, inspirações, cartas de amor, desabafo; na tal caixa tinha de tudo. Lembro de alguns nomes, que estavam em vários lugares... Rodrigo e Bárbara. Traições, choros... No meio de tantas palavras, eu e Rebeca nos pegávamos pensando, por que uma pessoa faz aquilo. Por quê escrever tanto, pra nada? Por quê não enviar as cartas, ao invés de escondê-las numa caixa colorida com recortes de revistas? Qual o problema em expressar seus sentimentos?
Eu me perguntava, muito, não entendia, implorava ela para entregar as cartas, todas... as bonitas, pelo menos. Tinha um tanto, quase que não cabia mais nada.
E hoje, eu me vejo fazendo minha própria caixa. Uma caixa com cartas que não são enviadas. São para alguém, mas são minhas. Escrevo, pra passar a dor, a dor de um amor não correspondido ou de uma amizade iludida. Escrevo, porque preciso. Não envio, porque não preciso. Quer dizer, talvez precise, mas tenho medo. Todas temos.
Mas um dia, a caixa se esvaziou. Por um breve momento de coragem, ela enviou as cartas, todas de uma só vez! Mas ela pegaria de volta, não o daria esse prazer nunca. Porém, ele nunca devolveu. E a caixa, está se enchendo de novo... hoje, com novos nomes, novos amores, novas amizades.
E eu, não vejo a hora já, do meu breve momento oportuno e de coragem, também.

2 comentários:

  1. Eu não gosto de escrever no papel, por isso não tenho caixa de cartas. Mas tenho uma caixa de recordações e rabiscos e recadinhos, com uma só carta. E você sabe qual é :)

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