quinta-feira, 4 de outubro de 2012

O vento

Nós, tão aliados e confiantes do vento, fomos traídos pelo próprio. Esse mesmo que carrega o ar, o mar, o amor. É sempre assim quando se quer brincar com forças maiores e invisíveis, já percebeu? Sempre nos passam a rasteira. O que me mata é essa impossibilidade de reação. Esta incerteza que não me deixa lutar contra isso. Este desespero de urgência que se aproxima e me deixa cada dia mais sem reação e calada. Tudo grita, tudo dói, tudo esparrama, se esconde, fica, foge. Dentro.

Tempestade, vendaval... tem piedade de quem...

Eu acredito em poucas coisas na vida. Uma dessas poucas coisas é a natureza. Deve ser isso que chamam de fé. Por muito tempo, eu achei que estava certa, convicta. Por um bom tempo, o vento no rosto só vinha para aliviar a tensão do calor. Agora, vejo-me arrastada por um caos embaçado. Nem eu sei o estrago que faz... a vida é curta pra ver. Eu não sei pra onde ir, nem com quem. O máximo que faço é preparar as janelas pra chuva, alongar os cílios. Acho tão pouco.

Juras se desfazendo e eu continuei, até aqui, segurando um certo laço com toda minha pouca força que resta. Lembra que o plano era ficarmos bem? Hora da despedida. Meu voo está começando, meu amor... e eu estou indo pra longe. De verdade, desta vez. Vou no vento e atrás dele. Pela primeira vez, minha casa não é alguém.

2 comentários:

  1. "Floresça onde for semeado..." =)

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  2. Olá!!!!
    Gostei de tudo o que vi aqui... Aliás, você escreve muito bem!
    Voltarei sempre!!!
    Beijinhos!!!!

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