terça-feira, 29 de janeiro de 2013

5 anos depois...

Ela lembrava do dia, como se fosse ontem. Torcia pra ser lembrada, também. Mãos dadas no cinema e o medo do novo. Cazuza, Legião Urbana e um tanto de música querendo ser deles, quando na verdade, mal tinham um beijo próprio.

5 anos depois. Ela, a melhor amiga, ele e seus 3 melhores amigos. Veio com o presente quádruplo. Restaurante fechando e todos sendo expulsos por olhares. Mesinha no meio da praça. Madrugada de segunda, para terça, 28 de Janeiro. Ecos das próprias vozes. Papo variando entre palitinhos, astronomia, auréolas, sexo, bebida e hipinose. Ele, tonto, tentando uma aproximação engraçada e ela entregue a conversa da mesa.Uma dupla dos amigos se afastam numa brincadeira nerd de hipnotização, a melhor amiga escuta atentamente o que o outro amigo tem a dizer. Ele vai atrás dos brinquedos abandonados na praça e não hesita ao sentar num balanço, feito pra dois. Ela não perde o romantismo e falsa ingenuidade de uns anos atrás e senta em  sua frente. Ele começa a passear os dedos entre seus joelhos e a parte até onde o vestido permitia.
- Esse barulho do balanço é tão de filme de terror... - ela diz, admirando a madrugada.
- Hoje vai sonhar comigo te pegando de noite...
- Mas isso não foi aterrorizante, foi romântico, rs.
- Ah, foi? - continua olhando-a atentamente e sério.
- Foi - não conseguindo disfarçar o sorriso.
- Então, o efeito da bebida passou.
- Isso é bom ou ruim?
- Bom. Agora só falo o que quero.
- O que você quer?
- Eu quero você - diz, aproximando-se num sussurro bem próximo ao ouvido.
(...)
- Você não sabe o quanto eu esperei por isso - ele afirma depois do beijo roubado que há muito tempo ela tinha negado.
- Eu sei...

Como bom cavalheiro, deixou-a em casa e emprestou-lhe o casaco. Durante o caminho, palma da mão, com palma da mão, como poucas histórias - e pessoas - merecem. E até um breve carregar no colo, pelo toc-toc do salto insuportável. Elogio às unhas quase pretas e cuidado carinhoso.

Beijo interrompido pelo mesmo medo infantil de serem notados demais, ao escutarem o barulho da porta se abrindo. Agora, eram gigantes. No fim, uma mensagem... porque a trilha sonora não muda, mesmo nos enredos mais compridos: "Mesmo que tenhamos planejado um caminho diferente, tenho mais do que preciso...". Cada um sabia completar o resto.

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