sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Bicicleta vermelha

Decidiu que precisava sair. Ver o mundo e as pessoas passarem rápidas igual filme em câmera acelerada... porque o foco tinha que ser ela. E tinha que ser rápido, livre. Adorava vento. O vento sempre leva as coisas embora. Traz, também. Precisava sentir no rosto, aquilo. Ficou em dúvida do que escutar no iPod laranja, então colocou no aleatório... ouviu Bob Dylan, Engenheiros do Hawaii, Seu Jorge, Cazuza, Victor & Leo e alguns outros que até tinha esquecido que existia. Não pensou. Sentiu falta de uma voz feminina e escolheu escutar sambinha de Roberta Sá. O vento ficou responsável por levar as coisas embora. Já era noite, não tinha pôr do sol, ir embora das nuvens, só rostos desconhecidos, sorrisos no ar e céu azul marinho. Não era tão ruim, apesar de preferir ver o sol partir, beijando as plantas da cidade plana. Paz. Levantava e subia. Pedalava, se deixava levar. Agradecia às ladeiras, reclamava nas subidas. Não achava ruim subir, sabia como suas pernas talvez agradeceriam daqui uma certa quantidade de tempo... mas precisava reclamar, um pouquinho, pra não perder o costume. Soltou a corrente, sujou a mão. Voltou. Foi só pra não esquecer a sensação de ser do mundo, um pouquinho e se sentir totalmente a vontade com isso.

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