sábado, 12 de fevereiro de 2011

Meu

Eu tenho tanto medo de você usar o que eu criei pra gente com ela. Talvez seja uma mentira barata que eu queira me convencer, mas eu achava a gente tão a gente, tão original, tão diferente e tão bonito. Tenho ciúmes. Não de você, mas das situações, das palavras, das atitudes que eram tão nossas. De mim, sem esforço, te fazendo ser diferente e falar o que eu esperava.
Talvez seja egoísmo de minha parte achar que as respostas eram dadas por causa de minhas perguntas. Mas você pensou as respostas, sugeriu, mudou, quis... e agora o objeto direto é outro. Não me sinto trocada, até porque faz um tempo, mas só não queria que você desse a ela o que era nosso. O que era meu. Seu. Se é que tenho direito de ainda pedir alguma coisa.
Foi eterno, acredite. Por mais que tenha passado, é um pecado dizer que a música "Cotidiano" de Chico Buarque vai ser a de vocês. Porque é nossa. Não quero ver ela ocupando o terceiro banco toda vez e você a amando por isso. Não quero que você seja com ela o que foi comigo. E dê pra ela o que me deu. (No sentido amigo, galera)
Tenho ciúmes da frase "firme, fiel e verdadeiramente", de você me apresentando a querida Heikenen, do "serás beijada em breve" que era sempre lembrado na mensagem no mesmo horário, de você me chamando pra dançar jazz, do livro da chuva, do velho escrevendo nosso nome no caderno, de você ter que inventar uma palavra em 5 segundos pra conseguir um beijo e dizer "beijo", do bilhete debaixo da porta, dos convites no meio da semana, de você me convencendo tomar café, de você querer ir pra um psicólogo por estar atraído por uma menina de 15 anos, das conversas sobre Woody Allen, das suas histórias inventadas pra me impressionar desmentidas num sorriso, de você me deixando ser, me querendo ser...
Por favor, por tudo isso que fomos, espero que ainda seja nosso. Só nosso. Eterno segredo.

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