segunda-feira, 9 de abril de 2012

"Com açúcar, com afeto": seu cafuné.


Deitei na cama e te pensei. Na verdade, quando você disse que precisava de um cafuné o texto já surgiu quase pronto de algum lugar do Universo. Pensei em dormir, ouvir música, beber água, dançar, assistir televisão, mas não tinha jeito... tinha que te fazer cafuné nem que tivesse que inventar um novo meio de transporte. Tinha que te cuidar, de alguma forma. Nem sei porque, mas tinha. Comecei deitando carinhosamente sua cabeça no meu colo. Cabeça pesada e com dores. Deixei você repousar tudo ali. O cansaço acumulado, o estresse, a impaciência, tudo isso muito gritante e sem nome que você sentia. Fiquei só te olhando, enquanto você descarregava o excesso sem culpa. Enquanto não sobrava mais espaço pro "foda-se" impaciente. Enquanto você ainda não tinha certeza se achava meu colo meio duro, acolhedor, ou os dois. Era só silêncio. Talvez uma música baixinha de Vinícius. Aí eu te toquei, acordando todas as células boas do seu corpo, te lembrando dos seus músculos esquecidos, do seu corpo desleixado e da sua mente cansada. Devagar, deixava meus dedos divagarem na sua cabeça. Te lembrava fios de cabelo esquecidos, demorava um pouco mais na nuca, cantava mentalmente. Você já quase completamente entregue ao sono, lutava pra não perder mais um fogo de artifício. Sua mente totalmente entregue em mim, e minhas mãos, parte preciosa de qualquer mulher, somente suas. Já sem motivo pra timidez, deixei meus dedos passearem pela sua bochecha, a barba mal feita, as rugas que surgiam no sorriso disfarçado. Leve massagem facial e sopro nos lugares certos. Como uma mágica, num suspiro indesejado, finalmente adormeceu... e sonhou com o resto.

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