domingo, 18 de setembro de 2011

Pista de dança

De jaqueta de couro, Weslei era o mais desengonçado. Brega, brega, brega. Era o tipo de menino que queixava na tora, puxava pelo braço e seguia feliz com o toco... Ia até o chão e fingia que estava só. Pouco se importava. Maria observava incomodada. Weslei era o pior, não sabia combinar nem uma blusa, e de jaqueta de couro. Quem ainda usava jaqueta de couro em aniversários que não fossem dos anos 80?! Além de Weslei, tinha Patrícia. A que descia até o chão e atraia os olhares. Formaria um ótimo par com Victor, o playboyzinho que sabia de cor todas as coreografias. De todo o tipo, percebia como a pista aumentava à medida que as músicas que mais detestava começavam a tocar. Maria não entendia a combinação. DJ = eletrônica, tenda de forró = forró, show de axé = axé. O mundo era todo errado e na pista de dança tocava até frevo. A menina levantava nas melhores músicas, mas isso não durava 2 ou 3 minutos e voltava se sentar. Sozinha. Era em lugares como esse que ela sabia que são pessoas como Weslei que são as mais felizes. E quando já tinha quase desistido de si mesma, leu no guardanapo que veio com seu coquetel de morango: "ironia é a pessoa mais bonita da festa ser a mais triste". E riu, pela primeira vez na noite...

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